O que as marcas tem a aprender com a Alemanha nesta Copa

O que as marcas tem a aprender com a Alemanha nesta Copa

Depois da maior derrota sofrida pelo Brasil em toda a história do futebol, muitos assuntos inundaram nossos feed. Mas o que vi de mais interessante foi uma espécie de Síndrome de Estocolmo digital. Mais adequado até chamar de Síndrome de Berlim + Santa Cruz de Cabrália.

Surra finalizada, diversos influenciadores importantes enalteceram o comportamento cordial dos alemães após a demonstração de superioridade dentro de campo. A reação inicial poderia ter sido: “vão embora seus frios e disciplinados!”.  Mas o brasileiro foi apresentado a uma nova figura: o alemão cordial. Não só recebeu esta nova “persona”, como se engajou, virou defensor, embaixador. Achei curioso pessoas experientes da publicidade surpresas e gratas pelos conteúdos simpáticos emitidos após a partida.

Mas, a grande lição ficou para o mercado e as marcas. A Alemanha deu um banho de estratégia que colocou as Relações Públicas na posição correta de gerador original de ações em todos os níveis da comunicação, resultando em aproximação, engajamento e mudança de percepção de imagem.
Nasceu na escolha do pouso alemão aqui no Brasil. Se no começo pareceu arrogante a construção da sede própria, depois ficamos agraciados com a velocidade, planejamento e cortesia alemã em investir em nosso País. O ponto geográfico também não poderia ser mais significativo. Santa Cruz de Cabrália, local onde aportou o primeiro português. Sem esquecer do tempero baiano: alegria, calor, música e sensualidade. Foi dado o primeiro passo para a fusão, quero dizer, engajamento, alemão-brasileiro, e a transferência de identidade da marca alemã para a brasileira. Começa a mistura de DNAs das duas marcas e um importante passo, humilde e simpático.

Infraestrutura escolhida, agora era a hora de RP determinar as cores da identidade e participar da relação milionária de patrocínio entre adidas e confederação. E por que não o vermelho-preto do clube mais popular do Brasil?

Houve também um fantástico trabalho de engajamento com a equipe que se tornou o principal emissor das mensagens. A escolha do tom de voz, considerou tanto a identidade alemã quanto o cenário contemporâneo multicultural, e uniu um time com turcos, poloneses e ganenses que agiam de forma similar, cada um com seu estilo, mas dentro de um mesmo conceito-chave - o Alemão Cordial. A atitude da marca alemã no jogo contra o Brasil, de respeitar e não tripudiar, produziu um incrível fenômeno de engajamento e viralização. Valores e cultura se traduziram no comportamento de cada representante da marca alemã.

Impossível não citar também a fluidez na exploração das novas mídias e a característica natural e orgânica que só as redes sociais, os selfies, os vídeos amadores e a velocidade do real time podem revelar. Os brasileiros conheceram o alemão natural, simples. O que falar do Neuer, aquela muralha fria e intransponível, dançando, sorrindo e cantando hino do Bahia? O uso do meio Digital foi o alimento para o engajamento orgânico, e também o meio para mudar a percepção do alemão que tínhamos em nosso imaginário.

Este case deveria ganhar todos os prêmios de PR deste e do próximo ano. Arrisco até um título: a Síndrome de Berlim de Cabrália. Ou seria Síndrome de Santa Cruz de Germânia. Não sei... o importante é que vai ter muito brasileiro querendo abraçar alemão no domingo, dia 13. Porque, não bastasse baterem bastante na gente, com muita cordialidade, ainda vão jogar contra a Argentina, que é o não-Brasil. Ou seja, seremos cordiais e alemães desde criancinhas.




Concordam que essas devam ser as lições que as organizações têm a aprender com a Alemanha nesta Copa?

This entry was posted on segunda-feira, 14 de julho de 2014 and is filed under ,,,,,,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.